sexta-feira, 17 de agosto de 2001

Os contrarios se curam com os contrarios

(Criada entre 1995/1996) - texto completo - aula de portugues
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...E desde de pequena sempre gostou de outras coisas diferentes, gostava de brincar com soldadinhos de chumbos e outras coisas mais...
Mas agora se via a menos de dois dias do casamento, não era isso que queria, não era amor que sentia, mas tinha que ser assim.
- Quem me dera fazer o mundo parar, poder fazer alguém me entender, queria ter alguém com quem conversar, alguém que depois não usasse o que eu disse contra mim.
E saiu tentando colocar a cabeça no lugar, tentando encontrar uma solução, via casais de namorados andando abraçados, mas não entendia porque com ela também teria que ser assim. E desde pequena apesar de receber poesias nunca gostou delas.
Parou, pensou... Pensou.
– O que são palavras diante de tantos sentimentos, o que são rebeldias diante de tantas contradições, o que é descobrir que o meu nome começa com a letra “S” onde há outras letras pra descobrir! (Sonia?), o que são frases poéticas num dia chuvoso, há pessoas que sabem de tudo e há muitas que não sabem de quase nada e não se importam de não saber. !?Qual é o meu nome!?
Vou sair, sou minha própria líder, apesar de andar em círculos e me equilibrar entre dias e noites. O dia passou rápido, à noite nem tanto assim e lá pelas tantas da madrugada lembrou-se de seu primeiro e único amor, Ana, moça gentil que veio de uma cidade lá do planalto central do Brasil, que quando a viu seu coração por agir de outra forma diferente logo começou a bater mais forte e sentiu que era amor, mas não poderia ser, como explicar tal fato, ninguém iria entender.
Meu pai é chato, minha é mãe é um porre! Então beberei pra tentear te esquecer Sonia. - Ana, teus lábios são labirintos, Ana, que atraem meus instintos mais sacanas, o teu olhar sempre distante, sempre me engana, mas eu prefiro mulheres mais velhas como voce.
O que fala mais alto, a razão ou o poder, o poder de nos separar e nos jogar num abismo e esperar o tempo passar, passar... Sem voce pra mim o ouro vale tanto quanto a poeira.
...Amanheceu, não queria, mas amanheceu e tinha que se preparar para o seu próprio casamento, todo mundo em sua casa contente com o fato e ela num canto sozinha a chorar e ainda sem entender as coisas que queria e que sentia.
- Os sonhos são apenas segmentos de ilusão, fragmentos de ilusão, se o mundo acabasse agora pra mim seria uma solução. E sumiu, todos estavam preocupados lhe procurando, mas ninguém a encontrava, a hora do casamento chegou e nada, o dia seguinte amanheceu e nada, horas depois foi encontrada morta e com ela um bilhete dizendo: “Se a gente conseguisse entender os problemas que a gente não consegue resolver, ninguém morreria mais por amor”.
E daquele triste plano de casamento o que restou foi apenas um anúncio no jornal dizendo: “Vende-se um vestido de noiva não usado. Manequim 42. Fone 348-22... (!)”.

Simples Loucura

(Criada entre 1991/1992)

?Porque será que ela sempre
Fica andando em círculos?
Sozinha em cima do todo do mundo
?Será que ela é louca?
?Será que ela não fica tonta?
Ela é sincera
Por que será que ela quase sempre
Fica sozinha com as luzes apagadas
Será que ela gosta da solidão
Ou será mais uma maneira de chamar a atenção
?Será que ela é louca?
?Será que ela é louca?
Ou apenas normal
?Será que ela não fica tonta?
?Será que ela não fica louca?
De parecer tão louca
Ela me deixa confuso
E ao mesmo tempo tão feliz
Ela me deixa louco (um prazer tão gostoso)
Ela é louca...
?Será que ela é louca?
?Será que ela não fica tonta?
?O que seria de nos sem ela?
!Loucura total, um super tédio!
“...Antes de inventarem a loucura
Ela já era louca, mas esperou voce chegar
Pra sentir amor pela primeira vez...
...Mas voce era de vidro”

Vitimas Casuais

(criada em 1999)

Primeiro cheguei com calma
Pedi licença e fui entrando
Fiquei horas e horas esperando
Pensamentos confusos, sangue subindo
Paciência quase no fim
Tudo ao meu redor se distorcia
Ouvia gritos e vozes, via pessoas estranhas
E sussurros dizendo: “Mate-os, mate-os”
E na agonia da compreensão
Não êxitei, puxei minha sub-use amarela
E fui rodando... rodando
E perto de mim pessoas quase inocentes caiam
Vitimas casuais de vozes alucinantes
Almas perdidas, corpos no chão
Homens e mulheres agora são todos iguais
Vitimas casuais
Depois de certo tempo sai calmamente
Fiquei junto com a multidão
Pessoas incautas procurando explicação
Vozes, vozes que vem e que vão
E essas pessoas perto de mim
Não sabem a quem pertence as suas vidas

Vidas de Acrilico

(Criada entre 1992/1994)

Todo suicida esta sujeito a contradição
Todas as pessoas estão sujeitas ao impossível
Se for possível quero parar de chorar
Se fosse possível queria acreditar
Nas coisas que eu escrevo
(Sem me impor à contradição)
Nas coisas que eu leio, nas coisas que eu vejo
Nas coisas que eu tento acreditar
Já fiquei muito tempo parado
E muito tempo andando: pra lá e pra cá
Já fiquei calado
Mas não agüentei a visão do futuro
O vento sopra e as coisas mudam de lugar
Por livre e espontânea pressão
Por livre e espontânea obsessão
Todo homem que aceita a contradição
Esta sujeito a própria contradição
“Os contrários se curam com os contrários”
E voce acha isso engraçado
...A moça bonita joga basquete
Com os braços cruzados
Nem presta atenção no jogo
Muito menos em mim

Outono

(Criada entre 1998/1999)

...Acho que vento levou minha alma
E esqueceu de devolver
Não gosto de ver meu reflexo no espelho
Acho que os dias nublados me deixam confuso
Dias de outono geralmente são assim
Pessoas estranhas que passam por mim
Por ruas estreitas
Como folhas de outono espalhadas no chão
Pessoas estranhas que passam por mim
Com ar de outono... ao entardecer
Sol de inverno é frio, dá sono
É bom faz todo mundo ficar junto
E nós com as mãos frias ficamos calmos
Esperando o por do sol com os pés frios
Enquanto isso as folhas secas
Caem, sobre meus pensamentos sonolentos
Sol de inverno é frio, dá sono
Algumas coisas ainda me lembram voce
Não sei se é bom ou ruim
Isso sufoca minha alma
To com sono, to com frio
To te devendo meu coração
Mas teu sorriso ?onde esta?
Nem todo mundo é estranho
Algumas pessoas ainda choram
Não confie nas pessoas calmas
Acredite naquelas que explodem ao primeiro beijo
São carentes...
...Acho que o vento levou minha alma
E esqueceu de devolver

O Predio cinza

(Criada entre 1991/1992)

Eu vivia tranqüilo com o silenciao
Nada, nada me incomodava
Ate que fizeram esse imenso prédio cinza
Barulhento prédio cinza
Vizinhos gritam gritam muito
O som é alto que sufoco
Minha cabeça não para no lugar
Qualquer dia eu boto fogo nesse prédio
E fico assistindo ele queimar todinho
Quero rir da cara dos vizinhos
Vendo o prédio cair no chão
Duas horas da manha
Antes aqui tinha o silencio
Mas com todas as televisões ligadas
Não consigo dormir
Ad Latiram arde os olhos
Quando se forma a palavra pimenta
Destruo tudo não deixarei nada de pé
Festas com vinho, só vinho tinto
Garrafas caindo do 10º andar
Sobre a minha cabeça (joguem a mãe)
Antes do silencio me deixava com sono
Agora o barulho me deixa com dor de cabeça
Raiva e vontade de:
Qualquer dia botar fogo nesse prédio
Barulhento prédio cinza
“Não há meio termo nem um termo em meio”
"Não podemos se mudar só por causa de você"
Vão te catar dona, vai dormir!
Queria que caísse uma chuva acida
E derrete-se esse prédio todo
De direito daí-me um ponto de apoio
E suspenderei a terra e o céu
Vizinhos gritam gritam muito
O dia todo todo dia
E ainda querem ter razão vejam só
Quero botar fogo nesse prédio
Quero botar uma bomba
E ver tudo ir pelos ares
Vizinhos gritam gritam muito
Ta muito quente que calor
São três horas da manha
E os bombeiros estão ai
Não sou cumprisse nem sou culpado
E o prédio pega fogo
Vem tudo ao chão
Às nove horas da manha
Agora o prédio cinza
Era apenas um prédio em cinzas...

O Justiceiro

(Criada entre 1990/1991)

O justiceiro não parece mais justo
Visto daqui de cima
O justiceiro não parece tão justo
Cheirando cocaína
Mas isso depende muito dos olhos de quem vê
Mas isso nao depende muito da razão
E sim do poder de agir certo na hora certa
Sinal de vermelho pra mim é bandeira
Mistura, atira pra ele aprender
Sinal vermelho pra mim é bandeira
Atira na cara do cara, detona ele
Antes que ele assassine mais alguém
?E se esse alguém for voce?
?E se ninguém te der razão de atirar?
E fazer a coisa cera nas pessoas certas
Assassinos sanguinários no dia e na hora certa
Eu sou justiceiro, mas não sou assassino
Eu mato pra sobreviver, eu tiro vidas
Mas também vou a igreja
Pra tirar os meus pecados
Se for pecado fazer o bem de outra forma diferente
De tantas formas de tantas brigas
Qualquer dia vocês não terão mais solução
E vão fazer justiça com as próprias mãos
E então eu quero ver a cara de vocês
Quero ver vocês olharem pra dentro de si e dizer:
“Foi em legitima defesa, fui me defender”
E de tanto repetir a mesma mentira
Ela passara a se r verdade pra voce
E de tanto assistir televisão
Voce perdeu o sono também

O Homem da Lua

(Criada entre 1990/1991)

Daqui as coisas parecem tão distantes
Estou sozinho sem ninguém
Só me lembro de voce
?Será que o tempo passa?
Ah! Se eu pudesse te alcançar
E conversar e te entender
Estou sozinho, olhando pro espaço
Te procuro nas estrelas
“Eu sou o homem da lua”
...Tão solitário quanto um cometa
Estou sozinho, sem ninguém
Ainda bem que tenho a sua foto
Pra me fazer companhia
Eu te procuro em cada estrelas que vejo
E caminho sobre a superfície
E caminho sobre a superfície
“Eu sou o homem da lua”

O Equilibrio do Nada

(Criada entre 1993/1994)

Não sou mais nada
Sou só chuva, neblina
O equilíbrio do nada
As palavras calmas que voce já esqueceu
Não sou real, não sou normal
Quando vocês abrirem as portas
Verão o que ninguém nunca mais viu
O que nunca existiu
Nunca fui nada, quase sempre errei
Mas sempre tento de novo
?Nunca te disseram que não existe perfeição?
Não sou real, não sou normal
Não sou mais nada
Sou só chuva, neblina
O equilíbrio do nada
A gota dágua que virou vapor
O grão de areia que o vento levou
E caiu nos olhos
De quem estava preocupado, sentado... Sentindo a dor
“Sois formosa e tudo tende”
Se não que tendes os olhos verdes”
...ei... Jogue tudo pra cima...
Jogue tudo pra cima...

Livros

(Criada em 1994)

Os ricos e os pobres no país do carnaval
Arquiteturas medianas, metafísicas do poder
Os ricos e os pobres no país do meio natal
Nenhum natal para os pobres
Para os ricos tudo haver
Eu cheiro a pó, caos e lixo
Cheiro a um demônio barato
E a remédio de hospital
Eu faço paz guerra, caos
Faço macumba no fundo do quintal
Espero e vejo o tempo passar
Os ricos e os pobres no país do carnaval
Arquiteturas medianas metafísicas do poder
Os ricos e os pobres suados do carnaval
Alguns já viciados, outros nem começaram a beber
Mas também estão no chão e cheiram a podridão
Do fundo do coração
Minha vida era um livro aberto
Com todas as paginas rasgadas
Com todos os segredos trancados
Com todos os sonhos jogados
(Com todas as luzes apagadas)
Escrevendo sem querer, vendo os livros nas calçadas
Com todas as luzes apagadas não vejo voce

Lirismo para Andreia

(Criada entre 1993/1994)

?Ad Litteram arde os olhos
Quando se forma a palavra pimenta?
Destruo tudo, um dia sim
Qualquer dia a casa cai!
Qualquer dia todo mundo vai...
E não volta mais
Destrua, e não deixe os seus olhos fecharem
Toque, toque... toque ate as cordas da guitarra arrebentar
Gritarei o teu nome pra todo mundo ouvir
Andréia... Ah ! ... Andréia
?Ad Litteram arde os olhos
Quando se forma a palavra pimenta?
Qualquer dia ainda te encontro
Ta frio, a noite cai
Estou com frio, ?encosta em mim?...

Labirintos do Sono

(Criada entre 1992/1993)

Brasil salve, salve
Brasil salve, salve
Brasil salve, salve
Procuro entender o que não consigo fazer
Procuro fazer o que não consigo entender
Com tantas rimas patéticas e frase poéticas
Vou chutando a bola na direção do gol
Com tantas palavras concretas
Com tantos dias nublados
Vou esperando o tempo passar
Se realmente vai passar, abrirei todas as portas
E ficarei te esperando, então...
Ouve o que dizes, fazes o que pregas
De uma olhada no mapa do Brasil
Não há nada de novo debaixo do solo
Não há nada de novo em cima da bandeira
Não há nada de novo com as pessoas
Que vivem pensando que vivem cantando sem tom
Brasil salve, salve
Brasil salve, salve
De uma olhada no mapa e veja o que mudou
Há dias que pensamos:
?Será nota ou tom?
Ou apenas mais um som em Itajaí
Pelas ruas os tanques passam
Onde as pessoas nunca andarão
Suadas, descalças, sem tom
Suadas, descalças, sem tom
Suadas, descalças... sem tom
Brasil salve, salve
Brasil salve, salve
Brasil corra e se salve!

Ilusão

(Criada entre 1990/1991)

Ilusão... Onde eu pensei que ia?
Onde eu pensei que estava?
Se isso tudo não passa de ilusão
O que eu sou e como eu estou
Se essa canção se chama ilusão
? Ilusão de quem?
De quem não consegui, conhecer alguém
Ou ninguém se obteve no meu caminho
Procurando um passa tempo
Nesses dias chuvosos
E onde eu pensei que ia
Sem dizer pelo menos adeus
Se voce não se importar
A ilusão não te alcançara
Se isso então não importa
Então não precisa responder
Então o coração bate forte, como se fosse sorte
Sorte, ou ilusão?
E onde eu pensei que ia?
Onde eu penso que estou?
Se isso tudo não passa de ilusão

Homens e Ratos

(Criada entre 1992/1993)

Então eu vi o meu castelo afundando
No ninho de cobras que voce criou
Vi as pessoas de cabeça baixa
As lagrimas e o suor de cada um
(Todo mundo é parecido quando senti dor)
Na verdade, ninguém é perfeito
Somos todos inseguros
É triste não ter nada (imaturo, possessivo, criativo)
Tudo era o fim, mas precisava (sem muita criatividade)
Do começo, a dor era passageira (cuidado com os tiros)
Não nos restou quase nada (vem chegando abismo sem fim)
O fim começou cedo, piedade
"Da dor bem poucas vezes
Sinto o que ela tem de rugidora, de selvagem...”
Não temos mais nada
Somos todos restos de pertences abandonados ao acaso
Então eu vi: o meu castelo afundar
E as nossas almas se perderem
No ninho de cobras que voce criou (de homens e ratos)
Todo mundo sente dor (passageiros de aluguel)
Ate o fim do mundo é passageiro
Deus, Deus, somos todos somos ateus (escutai-nos, por favor)
O mundo esta acabando (sinto que o erro também foi meu)
...Cai a noite, o silencio retorna
Mais violento e tão vulgar Frio? Medo?
A dor nos faz esquecer
Porque vem chegando o fim

Genocidio Filosofico I

(Criada entre 1992/1993)

Você que tem idéias tão modernas
Você que escreve coisas tão legais
Você que leva a serio os seus ideiais
Dessa vez você se superou, você se suicidou
Só pra provar a tua teoria
“Todo suicida acredita na vida depois da morte”
Então... eu bato palmas pra você
E acredito cada vez mais em você
E vou ler os livros que falam sobre você
E entre traços e rabiscos o teu contexto foi escrito
Baseado na tua filosofia:
Todo suicida... todos são suicidas
Já que a morte não tira férias
Não precisó me preocupar
Você escreve pra mim dizendo:
Eu acreditei e todo mundo duvidou
Eu te acordei, você não se assustou
Venha ate aqui, junte-se a mim
...Mas como eu posso acreditar
Já que você nunca existiu
Você é fruto da minha imaginação (ou não) ?
Você que tem idéias tão modernas
Você que evoluiu dos homens das cavernas
Hoje acredita que a evolução não faz bem a ninguém
Você vivia sem destino por ai
E hoje acredita que a cura é pior que a doença
A evolução... o genocídio
Inconsciente coletivo, genocídio
Suicido filosófico
Você luta pra sobreviver, mas vive só pra lutar
Você tem a consciência do teu crime
E acredita que o sono é irmão da morte

Genocidio Filosofico II

(Criado entre 1992/1993)

...E os meus exércitos são formados por
Grandes partituras de musicas
Soldadinhos de chumbo e cartas de baralho
Um jogo de cartas marcadas onde não há vencedores
Um jogo de palavras cruzadas onde
Não se forma nenhuma palavra
Palavra de honra que dessa vez tentei mudar
Mas não adianta mais fugir
Inconsciente coletivo, genocídio
Suicídio, genocídio filosófico
Varias marcas e quando voce se tocar
Os meus exércitos já terão tomado conta
Da sua cidade suicida
Onde as pessoas passam mal, o que é certo é errado
E o que é errado é normal, e voce vem me lembrar de:
Um jogo de cartas marcadas onde não há vencedores
Um jogo de palavras cruzadas onde
Não se forma nenhuma palavra
Palavra de honra que te leguei
Mas ninguém atendeu
Contar sempre a mesma estória
Dar palhas aos cães e ossos aos asnos
Cata-te ou dize coisas que valham
Mas que o silencia, favorecei-nos com o teu silencio
Inconsciente coletivo, genocídio
Suicídio filosófico
E nos meus inimigos eu dou um tiro na cabeça
É um só, mas resolve !

Eco das Sombras

(Criada em 1991/1992)

Sombras, sombras (ecos, ecos)
Eterno e delirante
Sentido abstrato, confuso e moderno
As sombras, sombras nas calçadas
Parecem eternas, mas acenderam as luzes
E nada mais restou
Restou apenas uma rebeldia
Os ecos, ecos das sombras (sombras) nas calçadas
E toda vez que falta luz
Algo nos falta
Falta apenas compreender como faremos o eco parar...
(Parar, parar...)
Parem com tudo, tudo
Não deixem eles te pegar, pegar
Parem de me repetir, repetir
Que já estou ficando cansado (sem palavra)
E repetirei tudo também... também
Ecos ilusórios, ilusão e contradição
Dança com lobos (dança quem quer)
Quem fala e quem repete
Quem consegue se repetir
O dia todo, todo dia
É porque não consegue dizer mais nada
De concreto para si mesmo
Mesmo assim, vou acabar me repetindo também
Também... também... Parem com tudo, tudo...

Contradições na Chuva

(Criada entre 1991/1992)

?Eu já te disse que voce ainda em círculos?
- Já me contasse tanta estória
Que ate perdi as contas
Onde há fumaça... há um cigarro jogado no chão! ?
Eu já te disse que eu gosto de voce?
-Já estendesse ate tapetes sob os meus pés
Então te liga e olha pra mim
Cai na real e olha pra mim
Voce anda em círculos e eu te faço companhia
Voce dança e eu toco uma musica pra voce
Voce atira pro lado – Eu atiro pro chão
Voce atira pra cima – Eu nunca vou te entender
Voce olha pra frente – Eu olho pro chão
Voce olha pra cima – Eu nunca vou te entender
Eu penso em voce, voce se quer olha pra mim
Eu começo a tocar, voce para de dançar
- Quando eu vou voce não vem
Onde eu estou voce não esta
- Quando eu penso em ir, voce já foi
Voce demora muito pra se arrumar
Quando eu te espero voce não vem
- Então me culpe pelo meu absurdo
Te perdôo pelos seus pensamentos
Já que não consigo te esquecer
Eu toco pra voce em todos os sentido

Compus Sui

(Texto criado em 19/09/93 - aula de portugues - com algumas alterações... no final parece coisa de evangelico, por isso foi cortado)

Pra mim não dá nada certo, tudo que eu espero, tudo que eu faço dá tudo errado acho que Deus se esqueceu de mim. Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas, só que a minha tá torta demais.
Acho que Deus não existe ou então se cansou de ajudar e ta deixando o mal reinar e os demônios vão invadir a terra. Eu já pensei em ser padre, mas estou angustiado, eu já pensei em ser padre, mas acho que vou vender a minha alma pro diabo, pra ter poder e ajudar quem precisa.
...Vendi... Meu rosto sangrou, chorei, me transportei, vi minha vida passar diante de mim acordei em cima de um morro e lá de cima eu vi os ricos e os pobres no país do carnaval com as suas arquiteturas medianas metafísicas do poder, os ricos e os pobres no país do meio natal, nenhum natal para os pobres para os ricos tudo haver. Eu cheiro a pó, caos e lixo, cheiro a um demônio barato e a macumba de fundo de quintal.
Mas tudo bem porque agora eu tenho todo o poder que sempre quis, já brilho no escuro e solto raios lasers pelas pontas dos dedos eu tenho o poder do mal já destruo tudo só pelo pensamento eu tenho o poder do mal, mas ainda acredito no bem (também). Eu tenho o poder que sempre quis sou o senhor de tudo que sonhei e tudo que sei, eu sou COMPOS SUI senhor de si, senhor de si? Não? ! Eu sou um prisioneiro na prisão sem grades sou um homem que se vendeu à maldade tentando ajudar, mas que não conseguiu e agora é um escravo do mal.
A noite cai e fico sozinho escutando Legião e esperando a legião de demônios que vem me obrigar a fazer o que eu não queria. E foi assim durante dois séculos, acordava, dormia, vagava pelos quatro cantos do mundo sem se importar com a morte. Sou eterno mais por Deus nunca me senti tão só, sinto que não posso retornar, então é encarar a realidade e fazer aquilo que aprendi durante a minha eternidade, o mal, destruir tudo e conquistar novos corações vazios para aumentar o meu sub-reino.
E foi em uma montanha que encontrei uma garota que cantava um musica diferente que parecia que ia rasgar o meu frio e vazio coração.
Eu lhe perguntei: - Ei garota que tal se tornar eterna? Voce não gostaria de nunca envelhecer?- Eu ser eterna? Pra mim já me basta ser cega e viver na eterna escuridão, mas mesmo assim vivo feliz!
Feliz? Junte-se a mim que voce verá outras coisas alem do horizonte da escuridão, se torne senhora de si, torne-se igual a mim que sou meu próprio senhor e nada temo, sou o senhor de tudo que vejo e tudo que sei. E sorrindo a garota falou:
Nada temes? Ora COMPOS SUI não és nem senhor de si quanto mais senhor de tudo que estas vendo, já que és mais cego do que eu. E falando em eternidade qual é o preço dela? Em quantas prestações voce me vende? Voce tem nota fiscal? Hein?
Ofereço-te a eternidade e fazes pouco de mim, poderia te destruir apenas com um piscar de olhos, poderia te jogar no fundo do inferno e te vê queimar como uma palha seca por que eu sou COMPUS SUI um dos braços direitos de Lúcifer e ele me dá poder. Teus poderes não funcionam comigo porque o viajante que nada possui passará cantando na frente dos ladrões e ainda que o abismo embaixo dos meus pés se abra nada temerei por que Deus sempre estará comigo e com ele não temo ninguém.
Ela me falou coisas doces que me tocou o coração não consegui agüentar e cai ao chão lhe implorando perdão. Nisso meu rosto sangrou e comecei a chorar e um barulho muito grande aconteceu, olhei para os lados e vi Lúcifer me dizendo:
Visitaste minha casa e bebeste do meu sangue e agora me gospes no chão, te tiro todos os teus poderes e a tua eternidade e ficaras sozinho como sempre foi. Anh! COMPUS SUI, COMPUS SUI, aqui acaba o mundo pra ti.
Então os olhos da garotas se abriram e uma luz forte me tirou a visão, desmaiei, mas antes escutei choro e ranger de dentes e palavras que pareciam me exorcizar.
Senti meu corpo leve e minha alma retornando, senti meu corpo purificado pelo poder da salvação.Ei cara, acorde! Acorde! O trem já chegou no ponto final.
Hein? Como? O que aconteceu? Onde estou?
Voce dormiu a viagem inteira e parece que teve um pesadelo, seu bilhete, por favor, a viagem acabou.

Verba Secreta

(Criada em 2003 - direto em latim)

Mea cordis cogita semper in tui
Manet contentus cum videt
Iam facis pars mea vitae
Ville maneo semper e tuus
Est meum caelum meã terra, meã vita
...Mihi facis Felix
Capit meã anima
Est bonum, et laetus et